Quem sou eu

- M.C.L.M
- São Paulo, SP, Brazil
- A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.
20 de fev. de 2010
O Meu Olhar
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."
(Alberto Caeiro)
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."
(Alberto Caeiro)
18 de fev. de 2010
Eu Nunca Guardei Rebanhos
"Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho."
17 de fev. de 2010
14 de fev. de 2010
"Que me importa toda a loucura do mundo?
Se os barcos passam invisíveis no vale dos afetos...
Se as flores já não sabem sorrir...
Que me importa?
Desfaço do meu ouro, abro a porta
Entrego minha alma quase morta
No jardim dos sonhos...
Acendo a floresta dos caprichos
Faço da canção meu grito
Espalho cinzas pelo ar...
Digo a tristeza vai embora!
Visto-me de sombra névoa e mágoa
Salto do abismo, sei voar..."
(Márcia Christina Lio Magalhães)
Se os barcos passam invisíveis no vale dos afetos...
Se as flores já não sabem sorrir...
Que me importa?
Desfaço do meu ouro, abro a porta
Entrego minha alma quase morta
No jardim dos sonhos...
Acendo a floresta dos caprichos
Faço da canção meu grito
Espalho cinzas pelo ar...
Digo a tristeza vai embora!
Visto-me de sombra névoa e mágoa
Salto do abismo, sei voar..."
(Márcia Christina Lio Magalhães)
13 de fev. de 2010
A Rua dos Cataventos
"Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...'
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!
(Mario Quintana)
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...'
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!
(Mario Quintana)
12 de fev. de 2010
Recordo Ainda
"Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!..."
(Mario Quintana)
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!..."
(Mario Quintana)
11 de fev. de 2010
Foto: M.C.L.M
"Tantas são as viagens que os olhos fazem
sob o amanhecer...
A aurora, são pensamentos que fluem dos corações...
A nau do destino, voa sob o pôr do sol.
Ainda que o farol ilumine apenas um grão de areia...
Nas conchas, as lembranças cantam uma melodia
E os rochedos,
harpa misteriosa a espreitar águas da vida!
Não descanso...
Os mares estão lá, flertando com as estrelas...
Sabem esperar, dormem tranquilos nos braços da poesia..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
10 de fev. de 2010
Eterno Amigo
"A lágrima taciturna,
escapa-me por entre as mãos
Na poesia noturna
Não há imensidão nos telhados...
Há só uma voz silenciosa,
e um tolo coração embargado
Que no reflexo dos retratos
Busca o amigo, o velho ancião...
Ah, saudade matadeira
Corta-me como os fios da navalha
Devolve a minha vida inteira!
Apaga as nuvens do tempo
Permita-me encontrar novamente
Aquele que na eternidade
Há de segurar minhas mãos..."
(Ao meu pai, Jurandir Moreira Magalhães - in memoriam)
escapa-me por entre as mãos
Na poesia noturna
Não há imensidão nos telhados...
Há só uma voz silenciosa,
e um tolo coração embargado
Que no reflexo dos retratos
Busca o amigo, o velho ancião...
Ah, saudade matadeira
Corta-me como os fios da navalha
Devolve a minha vida inteira!
Apaga as nuvens do tempo
Permita-me encontrar novamente
Aquele que na eternidade
Há de segurar minhas mãos..."
(Ao meu pai, Jurandir Moreira Magalhães - in memoriam)
9 de fev. de 2010
Apenas respire...
"Sim, eu entendo
Que toda vida deve ter um fim
Enquanto sentamos sozinhos,
Eu sei que um dia devemos partir..."
(Pearl Jam)
Que toda vida deve ter um fim
Enquanto sentamos sozinhos,
Eu sei que um dia devemos partir..."
(Pearl Jam)
3 de fev. de 2010
Do que são feitos os Sonhos?
"De ecos, sons
Imagens, promessas
De velas, de sol
De éter, de prata...
De rosas caídas
Folhas secas
Ventania
Telhados de vidro
Olhar de beija-flor...
Os sonhos são feitos de amor
Eterno deserto
Cilada, trapaça
Pegadas que-o-tempo vai cobrir...
Tolices, meiguices,
Sorrisos, abraços
De um laço, um traço,
Que a pena há de extinguir...
No chão caem as estrelas
Murmúrios, silêncio
Suspiros, tormentos
Da mágica poesia...
Que a flecha intrigueira
Traiçoeira num dia
Feriu, golpeou...
Águias sem norte
Rochedos de Almadêm
Amplexos vagos
Abismo de palavras
Versos, lágrimas
Os sonhos são de ninguém..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
Imagens, promessas
De velas, de sol
De éter, de prata...
De rosas caídas
Folhas secas
Ventania
Telhados de vidro
Olhar de beija-flor...
Os sonhos são feitos de amor
Eterno deserto
Cilada, trapaça
Pegadas que-o-tempo vai cobrir...
Tolices, meiguices,
Sorrisos, abraços
De um laço, um traço,
Que a pena há de extinguir...
No chão caem as estrelas
Murmúrios, silêncio
Suspiros, tormentos
Da mágica poesia...
Que a flecha intrigueira
Traiçoeira num dia
Feriu, golpeou...
Águias sem norte
Rochedos de Almadêm
Amplexos vagos
Abismo de palavras
Versos, lágrimas
Os sonhos são de ninguém..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
2 de fev. de 2010
28 de jan. de 2010
"Eu sou aquela que te beija em noite escura
Que te procura em madrugadas solitárias
O meu silêncio resiste até as amarguras
E num instante repousa a chama, a vela apaga...
Ando sozinha, vou guardando sentimentos
Por onde passo sempre na ponta dos pés
Ouço calada indecisões, vozes, lamentos
Repouso calma, escondida n'algum convés...
Por muitas vezes busquei abrigo nos corações
Mas ele ausente, pouco me visitava
É surpreendente vagar sozinho imensidões
Ser só deserto, cinzas, pó, céus e mais nada...
Julguei que os homens queriam me aprisionar
Subi aos montes, fui ter com as árvores em particular...
Porém confesso, depois de todas essas andanças
Meu aconchego sempre será por sobre o mar
Eu sou a brisa, que tu não vês mas que te alcanças
Num barco a vela, em solidão a navegar..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
Que te procura em madrugadas solitárias
O meu silêncio resiste até as amarguras
E num instante repousa a chama, a vela apaga...
Ando sozinha, vou guardando sentimentos
Por onde passo sempre na ponta dos pés
Ouço calada indecisões, vozes, lamentos
Repouso calma, escondida n'algum convés...
Por muitas vezes busquei abrigo nos corações
Mas ele ausente, pouco me visitava
É surpreendente vagar sozinho imensidões
Ser só deserto, cinzas, pó, céus e mais nada...
Julguei que os homens queriam me aprisionar
Subi aos montes, fui ter com as árvores em particular...
Porém confesso, depois de todas essas andanças
Meu aconchego sempre será por sobre o mar
Eu sou a brisa, que tu não vês mas que te alcanças
Num barco a vela, em solidão a navegar..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
27 de jan. de 2010
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
(Miguel Torga)
26 de jan. de 2010
22 de jan. de 2010
Foto: M.C.L.M
"Por um abrigo
que se veste
ocultando a timidez
Por um sorriso
de girassóis
num deserto de oceanos...
Por um olhar
sob horizontes
dos meus sonhos...
Por uma voz
que diz ao coração
se entrega...
Por um abraço
que afaga
as lágrimas do meu mar...
Por um amor
feito de verso
que a pena insiste
em desvendar..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
21 de jan. de 2010
Circum-Viagem
"Caminha pois à beira de abismos
sob a sombra das estrelas...
Pois, para chegar tens que partir
Para esquecer, tens que recordar
Para acordar, tens que sonhar
Para renascer, tens que morrer...
Pois que, para o coração de um poeta
Os versos são a nau de viagens de luz e sombra..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
sob a sombra das estrelas...
Pois, para chegar tens que partir
Para esquecer, tens que recordar
Para acordar, tens que sonhar
Para renascer, tens que morrer...
Pois que, para o coração de um poeta
Os versos são a nau de viagens de luz e sombra..."
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
20 de jan. de 2010
18 de jan. de 2010
Meus Versos
Foto: M.C.L.M

"Meus versos são palavras apenas
Palavras que não sabem voar...
São gestos, são olhos, são cores
São palco, plateia e luar...
Meus versos são mágoas, amores
Viagens, suspiros, pulsar
Da solidão são rumores
Feridas, canções de ninar...
Meus versos são folhas caídas
São lágrimas de sol e de mar
Que nos labirintos da vida
Insisto, arrisco em passar...
Meus versos são meus caderninhos
Que outrora ousei rabiscar
São sonhos jamais esquecidos
São gritos parados no ar...
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
"Meus versos são palavras apenas
Palavras que não sabem voar...
São gestos, são olhos, são cores
São palco, plateia e luar...
Meus versos são mágoas, amores
Viagens, suspiros, pulsar
Da solidão são rumores
Feridas, canções de ninar...
Meus versos são folhas caídas
São lágrimas de sol e de mar
Que nos labirintos da vida
Insisto, arrisco em passar...
Meus versos são meus caderninhos
Que outrora ousei rabiscar
São sonhos jamais esquecidos
São gritos parados no ar...
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
9 de jan. de 2010
5 de jan. de 2010
Um pouquinho de minhas férias...
Praia de Ponta Negra

15 de dez. de 2009
Sou como a brisa que acolhe as lágrimas
Pois que também as estrelas choram de saudade...
Sou um deserto, quieto, sólido, feiticeiro
Que entre rochas fere chão, céu e mar
E a solidão é meu algoz, frágil veleiro
Navega pois na escuridão sem navegar...
A frágil face recebe o beijo da magnólia
Enquanto asas dão rumo ao norte o seu destino
São labirintos o que a saudade desenha em mim
É fogo ardente o coração desse menino...
Espreitai-me a morte, tão sutilmente e disfarçada
Sinto na espinha, lâmina fria, fugaz adaga
O peito inerte, mãos fraquejando, imensidão
Último gesto, descansa a pena sob um coração...
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
Pois que também as estrelas choram de saudade...
Sou um deserto, quieto, sólido, feiticeiro
Que entre rochas fere chão, céu e mar
E a solidão é meu algoz, frágil veleiro
Navega pois na escuridão sem navegar...
A frágil face recebe o beijo da magnólia
Enquanto asas dão rumo ao norte o seu destino
São labirintos o que a saudade desenha em mim
É fogo ardente o coração desse menino...
Espreitai-me a morte, tão sutilmente e disfarçada
Sinto na espinha, lâmina fria, fugaz adaga
O peito inerte, mãos fraquejando, imensidão
Último gesto, descansa a pena sob um coração...
(Márcia Cristina Lio Magalhães)
14 de dez. de 2009
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
(Florbela Espanca)
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
(Florbela Espanca)
9 de dez. de 2009
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
(Cora Coralina)
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
(Cora Coralina)
3 de dez. de 2009
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