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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

31 de ago. de 2009

Quero Saber

Quero saber se você vem comigo
a não andar e não falar,
quero saber se ao fim
alcançaremos a incomunicação;
por fim ir com alguém a ver o ar puro,
a luz listrada do mar de cada dia
ou um objeto terrestre
e não ter nada que trocar por fim,
não introduzir mercadorias como o faziam os colonizadores
trocando baralhinhos por silêncio.
Pago eu aqui por teu silêncio.
De acordo, eu te dou o meu
como te dou o meu com uma condição:
não nos compreender...

(Pablo Neruda)

27 de ago. de 2009

Essas mágicas estrelas
no limiar do firmamento
parecem acender a chama
dos prantos do meu lamento

Outrora queixei-me a elas
que o amor era um viajante
armou-me uma cilada
partiu, não deixou bilhetes...

Ah! Funesta noite!
Que fere as lágrimas do coração
fito as estrelas, e o abismo
que separa a dor
desta solidão!

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

25 de ago. de 2009

Utopias

"Muitas são as vezes
que é melhor morrer e depois acordar
diante de corações ausentes
das mãos que não podem ser
de olhos cegos à brisa que perdeu seu norte..."

(Márcia Cristina Lio Magalhães)
Sábias agudezas... refinamentos...- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver
e não saiba preparar-te para a morte, não tem sentido:
é um pobre chocalho de palavras.

(Mario Quintana)

19 de ago. de 2009

Rua do Olhar

Entre tantas ruas
Que passam no mundo
A Rua do Olhar,
Em Paris, me toca.

Imagino um olho
Calmo, solitário,
A fitar os homens que voltam cansados.

Olhar de perdão
Para os desvarios,
De lento conselho
E cumplicidade.

Rua do Olhar:
As casas não contam,
Nem contam as pedras,
Inertes no chão.

Só conta êsse olho
Triste, na tarde, percorrendo o corpo,
Devassando a roupa...


(Carlos Drummond de Andrade)

14 de ago. de 2009

O Silêncio

"Convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós.
A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, não quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema.
O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio..."

(Mario Quintana)

8 de ago. de 2009

"A melhor maneira de fazer amigos
é mostrando-se como verdadeiramente somos
Sem máscaras, sem ouro, sem prata!"

(M.C.L.M)

5 de ago. de 2009

Soneto à Tua Volta

Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste

que pendia sem vida em meu caminho...
Obrigado...
Eu vivia tão sozinho...

Que infinita alegria e que contraste!
Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!

Voltaste... E dou-te logo este poema simples e humilde
repetindo um tema da alma humana esgotada e envelhecida....
Mil poetas outras voltas celebraram, mas, que importa?
– se tantas já voltaram

só tu voltaste para a minha vida...

(J.G. de Araújo Jorge)