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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

28 de set. de 2011

Do Que São Feitos Os Sonhos

De ecos, sons
Imagens, promessas
De velas, de sol
De éter, de prata...

De rosas caídas
Folhas secas
Ventania
Telhados de vidro
Olhar de beija-flor...

Os sonhos são feitos de amor!
Eterno deserto
Cilada, trapaça
Pegadas que-o-tempo vai cobrir...

Tolices, meiguices,
Sorrisos, abraços
De um laço, um traço,
Que a pena há de extinguir...

No chão caem estrelas
Murmúrios, silêncio
Suspiros, tormentos
Da mágica poesia...

Que a flecha intrigueira
Traiçoeira, num dia
Feriu, golpeou!

Águias sem norte
Rochedos de Almadêm
Amplexos vagos
Abismo de palavras
Versos, lágrimas
Os sonhos são de ninguém...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)
Poema do Livro: Poetar é Preciso

11 de set. de 2011

O Mar Intacto - Ferreira Gullar

           Ontem, 10 de Setembro, numa tranquila tarde em Livraria, fazendo o que mais gosto, entre Quintana, Cecília, Hilda Hilst e Ferreira Gullar, dedilhando páginas para escolher "quem levar", decidi por Quintana in Afrontamento de História Sobrenatural e Gullar in Toda Poesia. Chegando em casa, deparei-me com isso: Ferreira Gullar, nasceu em São Luis do Maranhão a 10 de Setembro de 1930 - Só aí percebi que, eu, que não acredito em coincidências, tomei posse de seu Livro no dia em que o Autor faz Aniversário, e o presente, quem recebeu fui eu...
Yo no creo en las coincidencias, pero existen, hay ah.
  

 "Não te aconselho o amor.
O amor é fácil e triste. 
Não se ama no amor, senão o seu próximo findar.
Eis o que somos:
O nosso tédio de ser.

Despreza o mar acessível
que nas praias se entrega, e
o das galeras de susto; despreza o mar que amas,
e só assim terás
o exato e inviolável mar autêntico!

O girassol
vê com assombro
que só a sua precariedade floresce. 
Mas esse assombro
é que é ele, em verdade.

Saber-se
fonte única de si
alucina.

Sublime, pois, seria
suicidar-nos:
trairmos a nossa morte
para num sol que jamais somos
nos consumirmos."

(Trechos do Poema)