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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

7 de jan. de 2014

Palavras do Escritor e Romancista Bernivaldo Carneiro, sobre o Livro A PELE QUE HABITO.

A POESIA DE MÁRCIA CHRISTINA LIO MAGALHÃES

Fim de tarde, silêncio de um sol brando eu me volto para minha interioridade. Entrego-me à reflexão para falar de poesia — gênero que não domino. Sou um viajante do semiárido brasileiro que nas horas vagas ousa transitar pela prosa enquanto invejo os poetas. Pois não sou dos mares, dos céus, dos sonhos; senão um atuante das secas. Um homem da caatinga e dos cactos (xique-xique, mandacaru, facheiro...), dos juazeiros e assemelhados a serviço da prospecção de água para dessedentar os sofridos irmãos nordestinos. Mas depois de ler o Livro A Pele Que Habito, de Márcia Magalhães, não me contive. E assim largado dos meus sóis e de meus personagens hilários do cotidiano a que assisto e crio, lanço-me neste abismo azul de substância infinita, a banhar de luz o espírito dos vates. Arrisco-me nesta resenha penetrando as profundezas das melodias das manhãs de setembro, das primaveras e seus jardins, dos invernos frios de solidão, dos outonos das árvores cobertas de folhas que esmaecem e caem no encantado chão de Márcia Magalhães.
A Pele Que Habito é uma obra eivada de sentimento, extensão e fluidez; intrínseca do corpo que fala desnudando por completo a alma da autora. Tecida por palavras mágicas e sonoras que transbordam amor a revelar seus mistérios. Colhi nos versos de Márcia um enfoque social e humano, onde há compaixão: o conhecimento da dor alheia. Vi no amor dos amantes esta força infinita que rege o mundo em sua mais ampla dimensão. Assim como detectei a coragem das emoções vivenciadas nas esperanças da conduta humana. E mais: o antagonismo entre o prazer e a dor no trânsito da saudade; a angústia colocando o homem diante de si mesmo enquanto ser cósmico que o é a compreender sua existência; o amor acompanhado de excitação e desejo. É que no domínio de seus versos a autora confere, decodifica, interpreta e analisa o afeto em todos os sentidos. Faz, com extrema sensibilidade, sua arte fluir entre o criador e a criatura, numa atividade lúdica a nos revelar o romantismo de um olhar atento, expressivo, fascinante do particular modo de se expressar. Lembro Fernando Pessoa: “A espantosa realidade das coisas é a sua descoberta de todos os dias”.
Através do mundo poético a autora se veste de poesia fazendo dela sua própria pele. Um poder que só a poesia o tem. Márcia nos convida a mergulhar em suas fronteiras de brancas brumas, a velejar em arco-íris melodioso, a voltar o olhar para várias regiões contempladas pelo coração. Tudo elaborado como prova da luz e da razão que nela brotam.
Parabenizo Márcia Magalhães por A Pele Que Habito erguendo um brinde e convidando o leitor a beber deste cálice transbordante de encantadores versos.

BERNIVALDO CARNEIRO
Escritor, Romancista, Geólogo.
Resenha publicada no site POETAS DE QUINTA


A escritora Márcia Christina Lio Magalhães em tarde do Lançamento do Livro A PELE QUE HABITO em Fortaleza CE, autografando o Livro para o escritor Bernivaldo Carneiro.