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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

29 de dez. de 2010

Amizade


É ter um colo nas noites frias de solidão...
É você poder falar tudo o que sente, sem medo de ser julgado.
Costumo dizer que:
__ quem tem um amigo não precisa de Psicólogos.
Nada contra estes profissionais técnicos, mas se temos um amigo verdadeiro, porque não dizer a ele o que sentimos, ao invés de falar com um estranho?
Ser amigo é doar os ouvidos, ainda que seja no meio da madrugada, quando se chora por amor...
Amigo é aquele que se lembra do seu aniversário, liga, manda um sms, ou se esquece, e um mês depois vem todo envergonhado dizer algo, e nós perdoamos.
Amizade começa na infância, geralmente quando não temos bicicleta ele chega de mansinho oferece a dele, nos ensinando a pedalar.
Amigo é aquele que divide o lanche no jardim da infância e desenha a gente de mãos dadas sorrindo, numa paisagem que tem sol, árvore, casa, cachorro, flores, pai, mãe, irmãos...
Amigo é aquele que diz as mentiras mais verdadeiras, só pra não nos magoar...
E quando estamos diante de verdades absolutas que nos apunhalam o peito, esta lá o amigo segurando as nossas mãos...
Daí crescemos, vamos passando pela vida, pela puberdade, adolescência, faculdade, formatura, ele sempre do nosso lado, com um sorriso largo, em punho o diploma dizendo: “você viu, nem foi tão difícil assim nós conseguimos!”
O que dizer então daquele amigo “virtual”?
Um ser que nunca tocamos, não olhamos nos olhos, não tomamos uma deliciosa xícara de café num outono cinzento, ou ainda nem tivemos oportunidade de tomar um chopp, jogar conversa fora, à beira de uma mesa num barzinho qualquer...
Não tivemos chance de dividir um churrasco no domingo, ouvindo rock em roll dos anos 70, relembrando como era boa a vida há 20 anos atrás...
Ah, mas esse amigo cibernético é especial!
Apesar da frieza de uma tela de computador, a gente sabe que do outro lado tem um coração, sempre a nos dedicar palavras de incentivo, apoio.
Trocamos experiências, falamos de música, família, amores, política, religião, poesia...
Como esses amigos são fundamentais.
Após um tempo de convivência, percebemos que mesmo a distância que nos separa do mundo dito real, temos tantas semelhanças, cumplicidades, que passamos de imediato a admirá-los, a torcer por eles, ficamos preocupados
se estão bem ou não...
Eles com o tempo vão fazendo parte da nossa vida, pois uma tela em branco desenhando letras são só detalhes nesse mundo digital!
Portanto, a todos os meus amigos, virtuais ou não, agradeço cada letra, cada tempo dedicado a manter essa amizade viva, pulsante, alegre, otimista. Agradeço por fazerem parte da minha vida, ainda que a distância, por esta tela de computador possa parecer para muitos irremediavelmente fria, eu vos afirmo:
Feliz o mortal que inventou esta máquina, pois através dela:
recebo sorrisos,
distribuo abraços,
mando entregar flores,
viajo de trem, barco,
mergulho em ideias,
atravesso o mar,
ouço os passarinhos,
sobrevoou as cidades,
ruas, países,
aprendi a dançar,
troco experiências,
deixo escapar uma lágrima,
balbucio palavras,
semeio a terra da imaginação,
onde florescem flores,
de uma árvore centenária
chamada Amizade...
Que nos emociona
Nos cede à sombra
Nos impulsiona
a enfrentar a vida,
dia após dia
"com esse comboio de corda
que se chama coração..."

(do Livro Poetar é Preciso)

27 de dez. de 2010

26 de dez. de 2010

É Preciso

É preciso amar como as águas de um riacho...
Por que é preciso sonhar com abraços de girassóis?
É preciso calar-se, a ferir com a espada...
É preciso perdoar a si mesmo antes de mais nada!
É preciso dividir o indivisível...
É preciso caminhar sozinho sob velhos mundos
É preciso ser poeta, louco e vagabundo...
É preciso colher flores no deserto dos caprichos
Esquecer das cicatrizes, perdoar os gritos...
Por que é preciso apagar a chama das paixões?
Assoprar ao vento as cinzas destes corações...
É preciso respirar sutil o ar só das verdades
Expulsar do peito a dor e todas as maldades...
É preciso abrir a janela em altas madrugadas
Cochichar com as estrelas as velhas mágoas...
É preciso não ser desse mundo pra entender de solidão
É da natureza humana raios e trovão...
Por que é preciso adormecer pra viver o impossível?
Caminhar um chão de ferro, tocar o infinito...
É preciso dizer eu te amo, ainda que baixinho
E voar sobre oceanos feito os passarinhos...
É preciso desistir, deixar acontecer
Fazer as malas e partir
Ver outro amanhecer...
É preciso tomar uns drinques de vez em quando
Falar bobagens, rir sozinho, não fazer planos...
É preciso água de chuva, pra lavar as mágoas
Andar em meio à multidão, sem sandálias...
É preciso estender a mão, olhar pra trás
Dizer adeus com o coração, ser audaz...
É preciso regar as flores nos jardins dos sonhos
Adormecer à sombra das acácias, ouvir pianos...
É preciso viver cada segundo com muita intensidade
Porque a felicidade, dura um só instante
que passa...

(Márcia Cristina Lio Magalhães - Poema do Livro Poetar é Preciso)

24 de dez. de 2010

21 de dez. de 2010

VENCEDORA DO III PRÊMIO CANON DE POESIA 2010 - Poema Folha

Amigos é com extrema felicidade que venho compartilhar essa notícia que muito me alegrou. Soube ontem que sou uma das Ganhadoras do III Prêmio Canon de Poesia 2010, com o poema FOLHA, inédito, ainda não publicado em livro. Então quero compartilhar com todos esse poema que me proporcionou tão grande honraria. Foram mais de 3.000 inscritos e apenas 50 selecionados, estou feliz demais!!Um abraço a todos.

Folha

Eu sou a folha que cai
Sobre a neve fria das incompreensões.
O verso das canções serenas,
A morte que chega aos corações...

A margem,
A proa,
O barco
Sou parte das pedras, cristais...

O sangue que chora
A morte...
Sou avenidas, faróis
Reflexos
Sou o asfalto,
O negro inverso!

O vento,
A brisa,
Sou as manhãs,
A música,
A nota,
A dor dos corações...

Os olhos
Os sorrisos
Das crianças, as interrogações...

As gotas de chuva
O grito da terra seca
O inverno
O outono
A primavera eterna!

Sou areia,
Deserto,
Sou o livro sobre a mesa...

A página ao acaso,
Sou ponto,
Da vírgula, tristeza...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

20 de dez. de 2010

Minha Primeira Entrevista...




Amigos, quero compartilhar com todos o mimo que minha amiga Rosana Souza me presenteou...
Uma tira teima em forma de Entrevista no Blog dela.
Obrigada Rô, por divulgar meu livro e meu blog...

Grande abraço aos amigos...

Márcia Cristina Lio Magalhães
Link:

22 de out. de 2010

Nota

"Que me dera o sol
O vento ou um pouco de brisa
Um contentamento
Uma poesia
Um sorriso, um afago...
Que me dera o mar e todo o seu alento,
dá-me tão somente o som de uma nota fria..."

(Márcia Cristina Lio Magalhães)


18 de out. de 2010

Verso Mudo

Foto: M.C.L.M



E o dia se fez noite
Treva clama os brandos da saudade
Naves, barcos suicidas
Cais, marinhas sem sinal
Morte, dunas são escribas!
Verbo se fez carne afinal...

Chora, sangra a ferida
Rios, margem sem farol
Pouco ou nada gritas!
Cala, morre por punhal...

Nada é mais verdade que o silêncio...
Tolo forasteiro os relógios
Marcam tempo cada sílaba
Da boca escarnada, sem vida...

Penso, esqueço, me levanto
Deito, durmo, ouço, canto...
Porque a terra chora, clama!
Mas não sonha...

Versos mudos, lamparinas...
Céus sem nuvens
Campo vasto!
Ver-te em gotas nas esquinas,
Rosa em pétalas me desfaço...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

29 de set. de 2010

Cúmplice

 
    Foto: M.C.L.M


Bebe, sacia a tua sede, lembranças
Seca o sereno da vida
Escolhe caminhos só de ida,
Esquece...

Colhe,
Lambe as feridas do peito
Morre as intrigas, no leito
Clama ao perdão, a razão...

Anda,
Sem direção ou respeito
Busca a medida no terço
Olha a saudade no ar...

Pois que é verdade o desprezo
Põe na caçamba o meu beijo
Deixa essa mágoa passar...

Dá ao coração um cigarro
Traga este último trago
Ama sem medo de errar...

Pois que a paixão é veneno
Mata o ciúme terreno
Morre sem medo de amar...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

27 de set. de 2010

Os Poemas

Os poemas passam,
Largos passos de noites serenas...
Passam estrelas, céus e o firmamento,
Passa a solidão, nas manhãs do tempo!

(M.C.L.M)

15 de set. de 2010

Do Aniversário

Deixo aqui uma cesta,
Tem bombocado, 
Chocolates, 
Frutas fresquinhas,
Docinhos, 
Alguns abraços, 
Beijinhos, 
Sorrisos, 
Raios de sol, 
Tem uma estrela do mar, 
Tem céu também, 
Um passarinho, 
é beija-flor...
Tem um punhado de amor
e um sopro de amizade... 
Aniversário é assim, 
divido um pouquinho de mim...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

11 de set. de 2010

Verso Triste




Tu que andas por desertos
À sombra da solidão
Que vagas pelo incerto
E aceita a morte
ao coração...

Procura a luz na escuridão
O sorriso da flor que olha
Pelas asas da imensidão
Sutil vôo da aurora...

Abraça a brisa
Busca o norte
Brinda à vida
O sol não chora...

Porque a tristeza
É chama frágil
É tempestade
É tola hora...

Quando sozinho
Buscai o alto
Mira as estrelas
E o firmamento...

A natureza
É rio de dentro
Esquece a mágoa
Entrega ao tempo...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

9 de set. de 2010

29 de ago. de 2010

Lançamento do Livro Poetar é Preciso na Bienal Internacional do Livro em São Paulo - 14.08.2010

Amigos, desculpem a demora em postar algumas fotos, mas a vida está corrida...
Segue abaixo um momento muito especial da minha vida, a realização de um sonho antigo, que o blog sem dúvida ajudou a concretizar... Agradeço a todos os amigos que compareceram no Lançamento do meu primeiro livro de poesias na Bienal Internacional do Livro em São Paulo no último sábado 14.08.2010 - Estava uma noite fria, o trânsito caótico, uma loucura para entrar na Feira, estacionamentos lotados, mas os amigos estavam lá... Agradeço também a todos que não puderam estar pessoalmente mas estavam em espírito! Obrigada pelos e-mails e msgns de apoio.

Poema Canção


Olha, tece tão imensa a corda dos bordados
Que outrora vestiriam o manto das lembranças
Vê, fazei da janela colo da espera de uma guerra santa!
Vão os cidadãos em meio à construção do tempo de heróis
Beco sem saída, toda madrugada grita ao som dos girassóis...
Abraçai o dia, aclamai a vida que a seus pés levanta
Olha, vão os passarinhos, pousam em seu ninho de emoções
Eu cantei...
Chorei ao ver você partir
Pude acreditar e ouvi você chamar por mim
Pois que todo verso é santo, tolo, seresteiro...
Eis que de repente em meio à névoa ele se achega
Toca na cortina e abraça o vento que lhe beija
Poema canção de amor eterno ao verso, incerto, derradeiro...
Já amanheceu...
Mar calmo, céu que aprisionou a dor...
Contempla, pois os corações
O silêncio que há entre duas rosas
Na eternidade dos sonhos...


(do Livro: Poetar é Preciso)

1 de ago. de 2010

Indico aos amigos o Blog da amiga Em@ com entusiasmo!!



Outra vez e tão importante quanto o post abaixo, foi a surpresa que minha amiga Em@ fez-me. A danada publicou não só a capa do meu livro, mas a página do Autógrafo que lhe enviei, do lado de lá do oceano Atlântico. É por essas e por tantas outras demonstrações de afeto e generosidade que indico o site da minha amiga Em@, lá tem poesia, calmaria, fotos belíssimas que ela mesma tira, e passarinhos... Quer mais? 

http://emapretoebrancoouacores.blogspot.com/2010/09/o-presente-desta-semana.html#comment-form

UNIVERSO indico este Blog maravilhoso!!

Novamente, um amigo especial de Blog, presta-me uma homenagem. É por isso meus amigos, que vos estimo com emoção, pois o blog assim como todos que o visitam, contribuíram imensamente para que eu me aventurasse a publicar um Livro. Por isso também, como prova de minha estima e gratidão, publiquei em meu Livro alguns comentários deixados espontâneamente aqui até Abril/2010 mês de fechamento da edição do Livro.
Leiam o link abaixo e prestigiem esse meu amigo mineiro especial! Um abraço, ótimo final de semana a todos! Márcia


http://juniverso.blogspot.com/2010/09/fragmentos-de-marcia.html#comment-form

10 de jul. de 2010

Madrugada

Ah, que tristeza é essa que não finda...
Esmagam-se as rosas
Pétala a pétala
Tristes esses versos
Sem pudor
Sem nexo
Vou virando a página
Reescrevo a história
Pra apagar da memória
Os sonhos que vivi...
Na controvérsia das horas
Quebrem os relógios
Dê adeus aos olhos
É hora de partir...

(Márcia Cristina Lio Magalhães - Set/2009)

2 de jul. de 2010

Lágrimas de Sol

Lágrimas de sol sob o leito
Petrificando as horas da saudade
Versos que se escondem por trás da cortina das indagações...

É meia noite
Os olhos do tempo já não vêem mais como antes
Sóbrias ilusões
Pétalas de orvalho sobre o farol da dor...

É o fim da linha?
Na plataforma só restaram folhas secas
Partiu o trem...
Haverá eternidade nos sonhos das estrelas?

Cai o véu da noite
E o beijo frio da morte toca-lhe a face branca
Foi apenas sonho?
Um disco na vitrola, Son-Of-Alerik
Há de amanhecer outra vez
Ou jamais acordar...

(Márcia Cristina Lio Magalhães - 10/2009)


28 de jun. de 2010

26 de jun. de 2010

Sutis Palavras

Sutis palavras
Beijam faces silenciosas
Pousam nos corações

Sutis palavras
Ferem margens
Palco de ilusões!

Versos perdem laços
Caixa de retalhos
Resto de emoções!

Sutis palavras
Pedras preciosas
Sol despedaçado!

Sutis palavras
Falsos pergaminhos
Tolas multidões!

Mercado de palavras
Luxúria dos sentidos
Poema de gritos
Chão!

(Márcia Christina Lio Magalhães)

25 de jun. de 2010

O Tempo

"Na morada do coração o tempo não existe.
Assim como não existe chance
de dividir-se entre o sol e a lua...
Há o tempo da espera
O tempo do hoje
O tempo da partida
Há o tempo dos sonhos
O tempo do encontro-da-expectativa
Há de jamais chegar aos amantes
o tempo da despedida..."

(Márcia Cristina Lio Magalhães - 11/2009)

20 de jun. de 2010

À Saramago, poeta inspirador!

        Foto: Google


Meias Solas

"Bem sei que as meias-solas que deitei
Nas botas aprazadas não resistem
À calçada do tempo que discorro.

Talvez parado as botas me durassem,
Mas quieto quem pode, mesmo vendo
Que é desta caminhada que me morro."

(José Saramago)

Ps: Poema publicado em homenagem a este ilustre escritor português, falecido esta semana, a quem tenho profunda admiração pela escrita ímpar, avassaladora.

15 de jun. de 2010

A FELICIDADE EXISTE

Queridos Amigos (as):

É com extrema felicidade que venho compartilhar convosco a realização de um sonho antigo, o qual sem sombra de dúvida, o blog ajudou a despertar...
No dia 14/08/2010 das 19:30hs ás 21:00hs estarei lançando meu primeiro livro de poesias, na BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO em São Paulo capital, pela Editora Scortecci. Com muito carinho convido a todos os amigos a prestigiar esta data tão especial comigo e com os vários amigos que fiz neste blog...
Aproveito para dizer que, jaz no livro alguns comentários publicados no blog pelos amigos e seguidores, foram escolhidos como forma de agradecimento pelo incentivo, amizade, parceria, e muita troca de carinho que aqui tenho recebido. Todos os comentários foram copiados na íntegra respeitando o nome de quem os postou e a data da postagem.
De alguma forma, mesmo àqueles que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, foram lembrados e fazem parte especial neste pequeno pedaço de mim, que é meu primeiro livro solo...
Por conta da correria da edição do livro, talvez não tenha conseguido prestigiar a todos, peço perdão e prometo, aqueles que não foram mencionados serão lembrados sem dúvida na próxima edição do livro que espero tenha várias...
SONHAR É PRECISO, poetar é fundamental!
Um beijo a todos!! Encontro vocês na Bienal, até lá!!

Márcia Cristina Lio Magalhães

8 de jun. de 2010

É preciso não dizer nada,
a porta aberta
a lágrima
ao sonho
a ilusão
a vida
a morte
ao chão de ferro
a dor
a saudade
ainda que se precise da eternidade
para esquecer...

(Márcia Christina Lio Magalhães - 07.2009)

29 de mai. de 2010

Melancolia

-->
Da vida que deixei partir
Restam-me sorrisos vagos
Sobre a areia saltam
Como olhos atentos 
marejados, sem luz

Do doce dos licores mais amargos
Agonizam palavras sobre o mar

Da melancolia, maremotos,
Ventos uivam, rasgam o ar...

Quem lhe beija, parte!
Sob um sol de guerras triunfantes
Raios negros, rocha, diamantes
Tratados
Promessas por queimar...

Da melancolia sobra
Ombros cansados,
Caminhos por partir

Onde a tristeza mora
Coração petrificado
Horas eternas
Dores do sentir...

(Márcia Christina Lio Magalhães)

24 de mai. de 2010

Poesia além do oceano...

Se uma imagem diz mais que mil palavras, então o que dizer desta...
Obrigada querido amigo Jorge Pimenta, por conceder-me a alegria de ver um de meus escritos publicado no Mural da tua escola em Portugal. E tu, em letra ao lado do verso, honraria maior, inestimável!

4 de mai. de 2010

Ausência

Dos lagos o silêncio
Da lua de outrora
Onde guardais sutilezas
Olhares desconfiados

Viagens sem volta
De palavras que hoje vagam
Na fúria de trovões em prosa

A pena amarga
da escrita feita em sangue
Sobre a neve branca e esquecida
que se transformara o papel

Não ouve horizontes
Gritos silenciados
Pela lâmina afiada
das incompreensões...

Há uma beleza fúnebre na ausência
Há uma dúvida eterna
Que rodeia madrugadas silenciosas
de paisagens em preto e branco

É vã a espera
de um mar sem porto
Sonhos naufragados
Perdem velas ao vento

É chegada a hora
Cubram os olhos
Eis que se aproxima
O eclipse das desilusões!

(Márcia Christina Lio Magalhães)

29 de abr. de 2010

"O amor, a chave que abre qualquer porta!
Até a dos corações desalmados..."

(M.C.L.M)

26 de abr. de 2010

"Mata-me pensar que um dia, as palavras possam morrer cá dentro, antes que meu corpo padeça..."

(M.C.L.M)

20 de abr. de 2010

"Entre dunas e coqueiros
e o mar logo adiante;
É Fortaleza que hoje, desabrocha em mim..."

(M.C.L.M)



Foto: M.C.L.M

19 de abr. de 2010

15 de abr. de 2010

A Vida



A vida é passarinho, meiga doce
É deserto, sal, sol radiante
É verso, rocha, diamante
Olhar desconfiado, indecisão...

A vida é sombra, água fresca
É cama de corola, pedra sabão
A vida é casarão, rua de terra
É lâmina afiada, é solidão...

A vida é horizonte, praia deserta
É neve, urso, barco, indagação
A vida é cachoeira, é fogo em brasa
É bolo de fubá, café com pão

A vida é um pontinho na imensidão
Um céu de brigadeiro, gotas de orvalho
É palco imaginário do coração
de um poeta solitário...

(Márcia Christina Lio Magalhães)
"Saudade,
Sombras que vagam à beira da lua cheia

Lágrimas de estrelas cadentes..."

(M.C.L.M)

14 de abr. de 2010

Raiz

"De ti quis a eternidade até à raiz do tempo
como o operário suado procura o silêncio.
Não viajaste do meu lado da estrada.
Hoje, o vento corre a desfazer o mundo:
leva o teu grito por esses ares fora."

(Jorge Manuel Rocha Pimenta)

"Neste mundo de sonhos

Onde a vida é mais sonhada que vivida
Há de haver em algum caminho de certo
Pegadas invisíveis

Como gritos parados no ar...
Quem tiver ouvidos, ouça!
Quem não tiver coração
que se cale..."

(M.C.L.M)

13 de abr. de 2010



"Não há explicação plausível para o amor
Não adianta querer conjugar
Melhor partir, embarcar
Em algum lugar,

há um cais de porto..."

(M.C.L.M)

12 de abr. de 2010

" Sonhar é acordar-se para dentro."

(Mario Quintana)

7 de abr. de 2010


Foto: M.C.L.M

"Dentro de cada verso mora o infinito
De cada voz que cala imensidões bastante
Dos gestos que te fiz, pedaços de mim
N’algum farol que um dia
A luz da morte há de apagar
Senta cá no cais
Pousa seu amor em mim...
Abraça o poema
Toma-lhe como seu
Pois que lá no céu
As horas são eternas!"

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

31 de mar. de 2010

Fragmentos


Foto: M.C.L.M

Do tempo
Sou o vão das horas espaças entre um ponteiro e outro

Da margem do rio que leva em pedras
Rochas pequenas apavoradas d’onde hão de ir...
Da gaivota que sobrevoa oceanos
Sou asa quebrantada pairando no ar
Das flores que borboletas silenciosas teimam beijar...
Sou o pólen que flutua cintilante na aurora das manhãs
Rosa caída, esquecida no espaço laço de algum divã...
Sou deserto, perto longe dos incertos devaneios
Da boemia solta pelos dias das noites do teu coração
Sou imensidão...
Sou verdades das mentiras flechas do arqueador
Das palavras sou a vírgula exata que você amou...
Das montanhas sou a curva íngreme dos teus beijos
E invejosas as estrelas miram meus desejos...
Também fui mar
Arpoador...
Fui areia melindrosa e cheia de receios
Fértil terra, lua mansa sem rodeios
Hoje sou grão, pó de sentimentos
Simples cidadão
Perdido, nas ruas do vento...

(Márcia Christina Lio Magalhães)

30 de mar. de 2010

Não Basta...

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Alberto Caeiro)



29 de mar. de 2010

Presságio

"De toda sutileza, entre o beija-flor e a rosa
Não deixa de ser interesse
Ao que do pólen tende os lábios...

Pois que ao jardim, murmuram girassóis invejosos
Que silenciosos
Fazem pacto com as estrelas...
Clareia pois os olhos, estende as mãos
Das rosas só o perfume levas
Esmaga os espinhos
Do caule do coração..."

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

26 de mar. de 2010

Amo-te

Amo-te por cada gesto
Pelo colo que me abriga
Pelo silêncio que ocupa a vida
Que preenche o meu vazio

Amo-te
Pela saudade que me causara
Pelo adeus que jamais separa
Aquele beijo em meu rosto frio

Amo-te
Por cada lágrima enfim perdida
Na noite vaga da despedida
Sob os olhares da solidão

Amo-te
Sem pedir nada
Sem nenhum receio
Amo-te hoje
Amanhã, pra sempre!
Porque sem ti
Tudo é passageiro...

Amo-te
Calma e desesperada
Amo-te só ou acompanhada
E nos teus braços sempre me perco

Amo-te
E te prometo fidelidade
Porque és tu
Minha outra metade
Na dança calma da solitude

Amo-te
Porque és sol
Vento, tempestade
Tu és deserto, água cristalina
És fogo ardente
Da minha inquietude...

Amo-te
Tão ferozmente
E avassaladora
Que entre céus
Sou-te protetora
Da face amarga das ilusões

Amo-te
No mar sem porto do meu coração
No risco eminente de um vulcão
Nesta página branca acolhedora

Amo-te
Um amor calmo e silencioso
Que em estrelas faz acender
No céu por vezes desconfiado
Vivo por ti
Pra me compreender

Na funesta noite

Hão de cerrar meus olhos
Em sono eterno
Hei de amar-te
Mágica poesia
Até que me beije a morte...

(Márcia Cristina Lio Magalhães / Maio 2009)

22 de mar. de 2010

E a mão que afaga, esquece os olhos
Ludibria a sede da solidão
Pois que se bebe o gole das amarguras
Gota a gota, chão a chão...

Ainda que a vastidão das horas
Percorra a estrada da oração
Melhor sorrir à pena amarga
Deixar pegadas na imensidão...

Das cinzas que te lanças
Por sobre abismos da espera
Voam a sabor do tempo, sem direção
Fugaz adaga, traiçoeiro destino
Aprisiona o menino, que é meu coração...

Mesmo que habites a morada do altíssimo
Passando pela vida, sem pretensão
Declama pois em verso, as lágrimas do meu grito
Segura uma vez mais a lápide das minhas mãos...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

18 de mar. de 2010

A Carta

Hoje recebi uma carta, já estava meio amarrotada pela displicência de quem a deixou no portão, dois selos apenas trazia, um carimbo, um remetente, um endereço...
A princípio fiquei aflita em abri-la, com medo que seu conteúdo pudesse de algum modo quebrar o encanto das minhas ilusões e assim se procedeu...
A cada parágrafo lido, sentido, remetia-me a imagem do que era dito, em letras miúdas.
Quisera eu não tê-la lido, pois se tratava de fato de alguém que iria quebrar meus sonhos.
No cabeçalho trazia escrito em letras grifadas;
“7º Batalhão da Infantaria Francesa”, a saber:
__ Prezada Senhora:
Sou amigo íntimo e confidente de seu marido, que todas as noites confidencia-me sempre sobre o mesmo assunto V.Sa., dizia que tens os cabelos do sol, cacheados como as nuvens, que seus olhos eram infinitos como o mar, oscilando entre o azul e o verde das esmeraldas, que a pele era branca, macia como às pétalas das margaridas que sorriem na primavera. Que tinhas um olhar inquiridor, sempre a arquear as sobrancelhas, principalmente à esquerda, quando diante de um assunto que lhe causasse alguma dúvida ou um porém...
Que suas mãos não eram pequenas, nem grandes, de médio tamanho, firmes, dedos roliços. Que os ombros suportavam o mundo, pois tinham a firmeza e a delicadeza num equilíbrio sem igual.
Contou-me também que a Senhora gostava de falar com os passarinhos, e sempre dizia que eles a compreendiam, pois vez ou outra a visitavam assiduamente na janela do quarto ao amanhecer...
Disse meu bom amigo, que nunca conhecera pessoa tão bela, generosa, quanto a Senhora, e que sua beleza transcendia o material, era uma beleza n’alma, que desabrochava dia a dia de dentro para o exterior...
Contou-me ele, que também tinha mãos de fada, fazia o mais gostoso bolo de chocolate com nozes e avelãs, que não se resistia a comer só um pedaço...
E noites a fora, meu velho amigo contava-me a mesma estória.
Passei então a conhecê-la, pelas palavras e suspiros de seu bem amado.
__Mas deixemos essa conversa de lado, pois tenho que ater-me ao real motivo desta carta:
Passamos por um longo e nebuloso período de entraves, nesta guerra de insanos devaneios, e numa destas longínquas batalhas, entre vitórias momentâneas, meu estimado amigo - vosso marido - encontrou o sono eterno, através de uma bala traiçoeira, que feiticeira adentrou seu peito, fazendo-lhe dar um último suspiro. Tenho que indagar cara Senhora, que seu coração permaneceu intacto, pois a bala feriu-o no direito do peito, onde mora o vazio e não reside o coração...

(Márcia Cristina Lio Magalhães / Abril 2009)

12 de mar. de 2010

Imagem: Vito Coppola

Acolha-me como se fosse o último gesto em meio a parede de gelo que nos separa a alma. Voa comigo sobre o abismo do passado, veste de luz o farol da dor. Queima a ferida com o fogo das paixões inexplicáveis. Deixa que a voz beije o teu coração, pois que as palavras não sabem morrer...
Ama-me como as águas de um riacho. Quebre o laço do passarinheiro, colhe as ondas do meu mar... Anda sobre as rochas como se fossem pétalas, esmaga em folhas secas as tuas lágrimas. Deixa partir as sombras, quebre a taça, deixe os cacos... Porque o que se procura há de já estar, e o que se tem já não se possui. Pois que para o amor, basta apenas sol, água viva, pegadas na areia, ceia e paz...

(Márcia Cristina Lio Magalhães)

8 de mar. de 2010

A todas as Mulheres - Minha homenagem...



"No teu branco seio eu choro.
Minhas lágrimas descem pelo teu ventre
E se embebedam do perfume do teu sexo.
Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado
Confuso, criança para te conter!
Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza não!
Ah, não abandones a tua boca à minha inocência, não!
Homem sou belo
Macho sou forte, poeta sou altíssimo
E só a pureza me ama e ela é em mim uma cidade e tem mil e uma portas.
Ai! teus cabelos recendem à flor da murta
Melhor seria morrer ou ver-te morta
E nunca, nunca poder te tocar!
Mas, fauno, sinto o vento do mar roçar-me os braços
Anjo, sinto o calor do vento nas espumas
Passarinho, sinto o ninho nos teus pêlos...
Correi, correi, ó lágrimas saudosas
Afogai-me, tirai-me deste tempo
Levai-me para o campo das estrelas
Entregai-me depressa à lua cheia
Dai-me o poder vagaroso do soneto,
dai-me a iluminação das odes,
dai-me o -cântico dos cânticos
-
Que eu não posso mais, ai!
Que esta mulher me devora!
Que eu quero fugir,
quero a minha mãezinha quero o colo de Nossa Senhora!
"

(Poema extraído do livro "Vinicius de Moraes — Poesia completa e Prosa" RJ,1998).

08.03.2010 DIA INTERNACIONAL DA MULHER

7 de mar. de 2010

"Ainda não descobri se sou eu a decifrar as letras
ou se estão elas a devorar-me..."

(M.C.L.M)

5 de mar. de 2010

(Amigos:
Este blog destina-se a tão somente publicações de poesia.
Não almejo aqui discutir filosofias, tão pouco religião!
Contudo, ontem à noite passando pelos canais de tv despretenciosamente deparei-me com essa relíquia cultural e humana... Chico Xavier declamando um poema de Castro Alves, o que arrepiou-me ouvir na voz do próprio Chico. Por isso, quis compartilhar com todos, pois que o vídeo causou-me uma emoção singular. Após 3:50 ele declama o texto, vale a pena esperar... Perdoem a qualidade do vídeo, mas não encontrei outro no youtube. M.C.L.M).




Brasil

Brasil, o Mundo a escutar-te,
Pergunta hoje: “O que é?”
Ah! Terra de minha vida,
Responde às Nações de pé!
Das montanhas altaneiras,
Dentro das próprias fronteiras,
Alonga os braços Sansão!
Sem prepotência ou vangloria,
Grava no livro da História,
Novo rumo à evolução!

Contempla a sombra da guerra,
Dragão do lodo a rugir,
Envenenando a cultura,
Ameaçando o porvir!...
Fala assembléia de bravos
Aos milhões de homens escravos
Sábios loucos prometheus...
Do píncaro a que te elevas
Dissolve os grilhões das trevas
Na fé que te induz a Deus!

Brada gigante das gentes
Proclama com destemor
Que o Cristo aguarda na Terra
Um novo mundo de Amor!
Ante a grandeza que estampas,
Os mortos voltam das campas,
Sublimando-te a visão!
Ao progresso Fernão Dias!...
O Dever mostra Caxias,
Deodoro a renovação!...

Dos sonhos do Tiradentes,
Que se alteiam sempre mais,
Fizeste apóstolos, gênios,
Estadistas, generais...
De todos os teus recantos
Despontam palmas de santos,
Augusto pendões de heróis!...
Astros de brilhos tamanhos
Andrada, Feijó, Paranhos,
Em teus céus brilham por sóis!...

Desde o dia em que nasceste,
Ao fórceps de Cabral
O tempo se iluminou,
Na Bahia maternal!...
Hoje, que o mundo te espera
Para as leis da Nova Era,
Por Brasília envolta em luz,
Que em ti a vida se integre,
De Manaus a Porto Alegre,
No Espírito de Jesus!...

Ao resguardar o Direito,
Mantendo a justiça e o bem,
Luta e rasga o próprio peito,
Mas não desprezes ninguém!...
Levanta o grande futuro,
Ergue tranqüilo e seguro,
A paz nobre e varonil!...
À humanidade que chora,
Clamando: “Senhor... e agora?!”
O Cristo aponta: Brasil!...

(Castro Alves - Psicografia de Chico Xavier 1971)

O Pacto

Ah! traiçoeira morte
Fez-me um pacto enganador
Desabrochei os sentimentos
Numa bandeja de prata colhidos

Tu me prometestes o velo de ouro
O fundo do mar sem fim
A chave dos náufragos tesouros
A taça da eternidade...

Ah, malfadada morte
Fria e insensível
Iludistes meu coração
Fazendo dele uma concha

Que frente ao rochedo da dúvida
Parte-se em míseros pedaços...

Em tempo,
não dei ouvidos ao sábio pescador
que me alertou sobre essa sorte

Dizendo:
Não confieis na morte
Após selado o pacto
Jamais cumprirá o prometido
E ficarás tu perdido
Entre o abismo e o céu....


(Márcia Cristina Lio Magalhães - Maio/2009)

1 de mar. de 2010

"Você é do mundo
Eu sou só minha
Não aprendi a dividir, compartilhar...
A mesma mão que afaga os olhos
Também maltrata
Melhor buscar a solidão, sem mar..."

(M.C.L.M)

25 de fev. de 2010

Coração à deriva...

Que diria eu do amor?
Que nas manhãs de Setembro, desabrocham flores de um ipê centenário, que cede os galhos aos passarinhos, que fazem ninhos e dão sentido a vida...
Ah vida!
__vida que se esvai por entre dedos calejados de esperar por instantes de cristal...
Que amor é este, que prega peças, que brinca com meu coração como se ele fosse de corda, papel, cola, que ora é uma pipa a flutuar pelo ar à procura do Norte que nunca vem...
Tolo coração menino, que brinca com bolinhas de gude e não tem pressa de crescer, amadurecer...
Sábio coração, que finge seguir a razão, mas sabe que no íntimo é só sentimento!
Coração criança, espera no portão, interroga o céu, planeja momentos que nunca chegam...
Coração sem porto, deserto, náufrago de ilusões...
Mas o que serias tu, se este coração poeta, ator de cenas intensas, sinceras, não fosse ousado o suficiente, para expor os atos no palco da vida, sem máscaras, sem roteiro, sem plateia.
Vaga coração errante, não deixes de procurar o amor...
Vasculha os armários, as gavetas, olha por debaixo da cama, abre a janela, espera, brinda com a vida a taça que transborda...
Velho coração, que ora é alegria, imensidão, ora é abismo...
Navega! Enfrenta a fúria do mar sem velas, sem bússola, sem remo...
Arrisca! Faz essa viagem sem pressa, compra o bilhete só de ida, embarca...
Ouve os passarinhos, eles também são amantes, podem trazer-te notícias,
ou ao menos pistas daquele que tu só possuis em sonhos...


(Márcia Cristina Lio Magalhães - Março/2009)