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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

3 de nov. de 2009

Soneto XXII

S' amor non è, che dunque è quel ch' io sento?
Ma s'egli è amor, per Dio, che cosa e quale?
Se buona, ond è effetto aspro mortale?
Se ria, ond' è si dolce ogni tormento?

S'a mia voglia arado, ond' è 'I pianto e 'I lamento?
S'a mal mio grado, il lamentar che vale?
O viva morte, o dilettoso male,
Come puoi tanto in me s'io nol consento?

E s'io 'I consento, a gran torto mi doglio.
Fra sì contrari venti, in frale barca
Mi trivo in alto mar, senza governo,

Sí lieve di saber, d'error sí carca,
Ch' i i' medesmo non so quel ch' io mi voglio,
E tremo a mèzza state, ardemdo il verno.


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Soneto XXII

Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?

Se eu ardo por querer por que o lamento?
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.

E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou para o alto mar e sem governo.

É tão grave de erro, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.

(Petrarca)

Do livro: Cancioneiro -Tradução de Jamil Almansur Haddad

4 comentários:

  1. Bom ler Petrarca em um espaço tão nobre, querida Márcia! Aqueles rubro-negros militantes são meus netinhos Miguel e Pedrinho!
    Muitas saudades, mas está terminando meu período aqui em Paris! Já já estarei por aí!
    Beijos!

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  2. Amiga Márcia.
    Um soneto é sempre uma forma poética muito rica e muito bela. Este não foge à regra. Mas sinceramente gosto mais de ler uns poemas de uma tal de Márcia Magalhães, mais conhecida por M.M., não sei se conhece. É uma amiga recente que eu tenho rsrsrsrs...
    Um beijo
    Victor Gil

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  3. rsrs...
    Ah caro amigo, é por esses delicados incentivos que ainda "teimo" escrever...
    Obrigada sempre por tão gentis palavras!
    Em tempo, postarei mais versos dessa tal Márcia Magalhães...rs

    abraços...

    M.M

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  4. Belíssima escolha, soneto maravilhoso!
    Bjs!

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