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São Paulo, SP, Brazil
A poesia é água cristalina, sacia a sede, alimenta o espírito. Já não posso mais dizer se ela quem me habita ou o contrário. Como explicar sobre? A escrita é uma lâmina afiada, um vulcão, ou apenas ilha de águas mornas, banha pés descalços... Nunca quis definir a poesia, melhor esquecer-se das explicações. Escrever passou a ser janela exposta, que por hora, mantêm-se aberta ao mundo de quem lê. *** Mineira/Paulistana/ Poeta, Escritora, Administradora de Empresas, Pós Graduada em Gestão Empresarial. Laureada com o III Prêmio Canon de Literatura e Poesia em 2010. Márcia Christina Lio Magalhães é Sócia-Fundadora da Academia de Letras Juvenal Galeno, onde ocupa a Cadeira nº 10. Diretora de Relações Culturais da ALJUG. Membro da ACE - Associação Cearense de Escritores. Este Blog é dedicado a todos os amantes da poesia e que possamos através dela, unir horizontes, atravessar oceanos, iluminar os corações, alegrar os solitários, apaziguar a alma, multiplicar as amizades, eternizar as emoções. Sejam bem vindos!*** Livros Publicados: POETAR É PRECISO - 1° edição 2010 ** A PELE QUE HABITO - 1° edição 2013.

18 de fev. de 2010

Eu Nunca Guardei Rebanhos

"Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho."

(Alberto Caeiro)

5 comentários:

  1. Caeiro, o poeta das sensações...

    "Se eu pudesse trincar a terra toda
    E sentir-lhe o paladar,
    Seria mais feliz um momento...
    Mas eu nem sempre quero ser feliz.
    É preciso ser de vez em quando infeliz
    Para se poder ser natural..."
    Alberto Caeiro

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  2. Márcia,
    Poetar é preciso, guardar rebanhos também é preciso.

    Necessariamente sempre aqui,
    Pedro Ramúcio.

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  3. Jorge, só concordo que "È preciso ser de vez em quando infeliz..." pelo coração dos poetas, tendo em vista que: é nós braços da melancolia que eu por exemplo colho os melhores versos...

    E como dizia Vinícius:

    "A solidão, fim de quem ama..."
    exprime exatamente o que quero dizer...
    Poetar é preciso...
    Amar é preciso...
    Viver não é preciso... (plágio de Pessoa)
    Adoro o modo como Caieiro expressa a vida, seus versos são pra mim luz e sombra.

    abraços Jorge amigo!

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  4. Pedro novo amigo,

    Necessariamente sempre aqui é preciso seu "pitaco", sempre oportuno e certeiro!

    abraço mineiro diretamente de Fortaleza - CE.

    :-)

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  5. Nem mais, querida amiga! É, por vezes, nos olhos turvos do cloreto de sódio que a mão abre no vulcão alado da experiência poética. Como diziam os Manic Street Preachers, no refrão de uma canção: "I'm happy being sad". Sometimes, acrescentaria eu.

    Beijinho, Amiga!

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